quarta-feira, janeiro 07, 2009

Cinema e Solidão...


Sozinha de novo...depois de morar 2 anos com meu irmão...brigando com ele quase os 2 anos (somos muito diferentes...ele é muito temperamental e eu muito tranquila)....quando a gente já estava convivendo bem ele se muda...aff...e não é que eu sinto falta dele...ele sabia me animar e me irritar como ninguém...meu gordinho que agora vai ser pai...e eu tia!!!!

Enfim...tanto tempo com ele...que me desacostumei a ficar só...já estava acostumada com seus telefonemas sempre que eu demorava pra chegar em casa, com a bagunça de livros que ele deixava na mesa...com o jeito engraçado e as vezes grosso que ele tinha de me acordar, já estava acostumada a chegar em casa e ter alguém me esperando, luzes acesas....coisas fora do lugar....e agora é tão estranho chegar e encontrar tudo como estava antes quando sai....tudo tão certinho...tudo tão silencioso...e é engraçado...eu era tão barulhenta quando ele morava comigo...e isso sempre irritava ele muito...ah....gordinhooo...valeu tudo...te amo demaaais!!!!!


..e como hoje é dia de cinema....encontrei um texto que traduz muito do que sinto hoje...Martha....um dia escrevo igual vc...


"Uma mulher entra no cinema, sozinha. Acomoda-se na última fila. Desliga o celular e espera o início do filme. Enquanto isso, outra mulher entra na mesma sala e se acomoda na quinta fila, sozinha também. O filme começa.Charada: qual das duas está mais sozinha? Só uma delas está realmente sozinha: a que não tem um amor, a que não está com a vida preenchida de afetos. Já a outra foi ao cinema sozinha, mas não está só, mesmo numa situação idêntica a da outra mulher. Ela tem uma família, ela tem alguém, ela tem um álibi. Muitas mulheres já viveram isso - e homens também. Você viaja sozinha, almoça sozinha em restaurantes, mas não se sente só porque é apenas uma contingência do momento - há alguém a sua espera em casa. Esta retaguarda alivia a sensação de solidão. Você está sozinha, não é sozinha. Então de repente você perde seu amor e sua sensação de solidão muda completamente. Você pode continuar fazendo tudo o que fazia antes - sozinha - mas agora a solidão pesará como nunca pesou. Agora ela não é mais uma opção, é um fardo.Isso não é nenhuma raridade, acontece às pencas. Nossa percepção de solidão infelizmente ainda depende do nosso status social. Se você tem alguém, você encara a vida sem preconceitos, você expõe-se sem se preocupar com o que pensam os outros, você lida com sua solidão com maturidade e bom humor. No entanto, se você carrega o estigma de solitária, sua solidão triplicará de tamanho, ela não será algo fácil de levar, como uma bolsa. Ela será uma cruz de chumbo. É como se todos pudessem enxergar as ausências que você carrega, como se todos apontassem em sua direção: ela está sozinha no cinema por falta de companhia! Por que ninguém aponta para a outra, que está igualmente sozinha? Porque ninguém está, de fato, apontando para nenhuma das duas. Quem aponta somos nós mesmos, para nosso próprio umbigo. Somos nós que nos cobramos, somos nós que nos julgamos. Ninguém está sozinho quando curte a própria companhia, porém somos reféns das convenções, e quando estamos sós, nossa solidão parece piscar uma luz vermelha chamando a atenção de todos. Relaxe. A solidão é invisível. Só é percebida por dentro."
(Percepção de solidão - Martha Medeiros)


Que Deus abençoe vc!!!!

domingo, janeiro 04, 2009

2009!


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa.


no final é tudo uma questão de ATITUDE!

em um novo ano, novas atitudes (nem sempre...)
novas atitudes, um novo ano...(aí sim....!)

Bem vindo 2009!

Que Deus me ajude a tomar decisões sábias!

um lindo diaa p/ vc/!!!!

Julgamentos....A minha felicidade não é a sua... (por Martha Medeiros)

Em mais um dia com emoções a flor da pele....me deparo com um texto que achei fantástico e que resume um tema que sempre penso...o pré julgamento das pessoas...o achar que se tem sempre razão...o achar que você conhece alguém e que sabe o que ela passa...na verdade vivemos julgando, fazemos isso o tempo todo...mas, minhas reflexões tem me ajudado e muito a entender melhor a vida...afinal o que eu sei é que na verdade não sei de nada e que a minha felicidade não é a sua....

tudo tem dois lados....e “Não julguem, para que vocês não sejam julgados” (Mateus 7.1).

eis o texto:

uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major: “Por que você não é feliz como todo mundo?” A que ela responde mais ou menos assim: “Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi? E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes? A sua felicidade, que eu respeito, não é a minha, major.” E assim é. Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado. Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno, pobre sujeito. É nestas horas que junto a ponta dos cinco dedos da mão e sacudo-a no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos outros, catzo ? Nossos momentos felizes se dão, quase todos, na intimidade, quando ninguém está nos vendo. O barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta pra casa. O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes. Sentar-se no cinema, sozinho, para assistir ao filme tão esperado. Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações. Os acordos secretos que temos com filhos, netos, amigos. A emoção provocada por uma frase de um livro. A felicidade de uma cura. E a infelicidade aceita como parte do jogo — ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades. O que sei eu sobre aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio? Eles podem parecer o que for e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos por quanto anda a cotação de felicidade em suas vidas. Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter — juízes indefectíveis que somos da vida alheia — mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz. A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só com a nossa permissão.

Que Deus te abençoe e uma otima semana!!!!